Coordenação: Paula Mandel
Dramaturgia e psicanálise são campos distintos em suas especificidades, mas ambos são dotados de ramificações epistemológicas e culturais. Arte e ciência, portanto, podem dialogar e contribuir reciprocamente.
O significante teatro serve de apoio para pensar o ambiente psíquico, seus movimentos, sua temporalidade, o processo de constituição do eu, as relações intrassubjetiva e intersubjetiva, além da transferência clínica.
Esta associação entre o teatro e a psicanálise é descortinada no desenvolvimento dramatúrgico, desde a criação até a encenação. Ou seja, desde a escrita do texto pelo autor, passando pelos diversos personagens que interagem nas cenas, até o diretor que as conduz e os espectadores que o desfrutam, todo este encadeamento sugere cenários propícios ao estudo entrelaçado destes dois campos.
O palco, neste contexto, pode ser comparado ao espaço potencial winnicottiano, um território intermediário entre o eu e o outro, entre o interno e o externo, entre a ilusão e a desilusão.
Por tudo isso, o teatro é uma potente metáfora para a compreensão da psicanálise e o estudo da subjetividade humana em sua multiplicidade.
Como um espetáculo dramatúrgico se estrutura e se desmonta? Como a plateia interage e se afeta com a encenação? Esta relação é transformadora? Estas e outras perguntas serão exploradas pelo grupo em sua tarefa de estudar em conjunto.
Os encontros serão estruturados em 4 eixos principais de abordagem:
1- O teatro como metáfora tópica
2- O teatro como metáfora dinâmica
3- O teatro como metáfora econômica
4- O teatro como metáfora clínica
O grupo lerá textos previamente selecionados dentro da literatura psicanalítica e da ficção, em seus diversos gêneros, além de outros textos e materiais de apoio a serem definidos no decorrer dos encontros.
Os encontros podem resultar em criações de textos técnicos ou artísticos, ou a promoção de seminários e palestras, se for este o desejo dos integrantes do grupo.
Destinado a psicanalistas, psicólogos e estudantes destas áreas, além de interessados na intersecção entre dramaturgia e psicanálise.
Para mais informações e inscrição, clique no ícone do WhatsApp ou e-mail abaixo e fale com a coordenadora do grupo de estudos, Paula Mandel.
ou
paulakmandel@gmail.com
Cartaz da peça Dama das Camélias, encenada pela atriz Sarah Bernhardt
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Preparamos uma playlist especial pra você curtir enquanto desfruta do nosso material de apoio.
Travessias: Teatro e Psicanálise.
Como se constrói uma peça de teatro? Como os espectadores interagem e se afetam com a encenação? Esta relação é transformadora?
No próximo encontro do Travessias faremos um experimento artístico: uma leitura dramática. Atrizes lerão em voz alta o texto de uma peça de teatro e, por meio desta prática cênica, pensaremos juntos sobre a relação entre quem escreve/encena e quem lê/assiste. Qual o limite deste território intermediário, este espaço potencial, este “entre”?
A relação entre o autor e o leitor, quem escreve e quem lê, quem encena e quem assiste é um campo rico para pesquisa.
O autor de uma peça, assim como seu diretor e os atores que a encenam manifestam um propósito? Procuram produzir um sentido neste leitor/espectador imaginário? E o leitor/espectador, consegue elaborar o mesmo sentido? Ou outro? Ou outros? Infinitos sentidos?
Há o ponto de vista das atrizes que encenam, da autora que escreveu, mas também e principalmente há o ponto de vista de quem assiste. Seria o texto/palco um território bidirecional, como um vetor que vai de uma ponta à outra e, ainda, além, nesta travessia de uma experiência artística?
Como escreveu Pontalis: “escrevo para um próximo que é distante, esse desconhecido que tem a graça inefável de estar próximo de mim, sem ser absolutamente eu”
Já Roland Barthes, sobre este território bidirecional, escreveu que “Na cena do texto não há ribalta: não existe por trás do texto ninguém ativo (o escritor) e diante dele ninguém passivo (o leitor); não há um sujeito e um objeto. O texto… é o olho indiferenciado… “O olho por onde eu vejo Deus é o mesmo olho por onde ele me vê”.”
Nas atividades da A Casa Frida procuramos elaborar coletivamente as perdas e lutos da vida a partir da arte, tendo a psicanálise como referencial teórico, método de pesquisa e de escuta. Usamos as múltiplas expressões artísticas como objetos mediadores. Livros, quadros, poemas, esculturas, filmes, músicas, peças de teatro, muitos já foram os provocadores de nossas discussões.
Neste próximo Travessias vamos mergulhar na experiência propriamente dita. Entremos juntos nos bastidores, nas coxias deste teatro que é uma experiência estética.
Embarque conosco nesta travessia de uma leitura dramática! Vamos viajar juntos nesta experiência estética e discutir quais sentidos podem se produzir, coletiva e individualmente.
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Eu Sou Atriz - Barca dos Corações Partidos
A gente é só um pouco a gente mesma
Quando fala usando o próprio nome
A mulher descobre a própria natureza
Quando precisa usar a voz de um homem
Quando tem que fingir, representar
Buscar dentro de si o que não é
(Coisa engraçada, tão estranho)
Porém, tudo que tira é parte sua
Seu modo de ser gente, ser mulher
Cada pessoa é dez, é cem, é mil
É tudo que podia ser ou foi
(Então eu quero essa aqui)
Ela lembra o que fez
Ela lembra o que viu
E isso se torna parte dela bem depois
Estou ficando outra
A cada passo
O mundo está crescendo
Ao meu redor
Que coisa boa
Eu sou tudo o que faço
Tudo que escolho
Eu não sou uma só
Hoje eu posso ser tudo sendo eu mesma
Ser Iracema e ser tudo que eu quis
Esta será minha nova natureza
Olá, muito prazer
Muito prazer!
Eu sou atriz
Todo mundo é quem é
Mas traz consigo
Tudo quanto está
Quase ao seu alcance
A voz, o gesto, o rosto
A raiva, o riso
Do que não foi
Porque não teve chance
Hey!
“Eu sou atriz”, composição de Braulio Tavares e Chico Cesar, em “A barca dos corações partidos”
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Onde?
Na sua casa através do aplicativo ZOOM - Baixar agora! - (Play Store) - (Apple Store)
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